Propriedades coligativas, tem como objetivo estudar as mudanças que ocorre em um líquido puro quando adicionamos um soluto a este líquido.
As quatro propriedades coligativas são:
- abaixamento da pressão de valor
- aumento da temperatura de ebulição
- abaixamento da temperatura de congelamento
- tendência de atravessar determinadas membranas, permeabilidade seletiva.
As Propriedades Coligativas de Soluções com Solutos Não-eletrólitos e Não-voláteis
As propriedades coligativas para solução de soluto não eletrólito e não volátil depende da quantidade de soluto dissolvido em uma certa quantidade de solvente, e não da natureza desse soluto.
Os solutos não-eletrólitos e não-voláteis, é um soluto que permaneça sob a forma de molécula - não sofrendo dissociação iônica, e nem ionização - e que não possua tendência a vaporizar
1. ABAIXAMENTO DA PRESSÃO DE VAPOR:
Quando adicionamos a um solvente um soluto não eletrólito e não volátil, a presença desse soluto causa um abaixamento na pressão de vapor do solvente,esse fenômeno é chamado de Efeito tonoscópico.
O soluto age como que "atrapalhando" a evaporação do solvente, o que dificulta o seu equilíbrio entre as fases vapor-líquido, diminuindo assim sua pressão de vapor. (pra saber mais sobre pressão de vapor, veja aqui)
O abaixamento da pressão de vapor provocado pela presença do soluto depende da concentração de partículas do soluto, e não da sua natureza. Assim podemos concluir que 0,1 mol/L de sacarose em 1L de água causa o mesmo abaixamento na pressão de vapor da água, que 0,1 mol/L de glicose em 1L de água.
Lei de Raoult
A pressão de vapor de uma solução de soluto não-eletrólito e não-volátil é proporcional a fração em mol do solvente e à pressão de vapor do solvente puro.
As soluções que seguem a lei de Raoult são chamadas de soluções ideias
Na prática soluções bastante diluídas tem comportamento ideal.
Exemplo:
- Solução A: 5 mol de glicose + 95 mol de água
- Solução B: 5 mol de sacarose + 95 mol de água
A 30°C a pressão de vapor da água é 4,2KPa. Fazendo o uso da lei de Raoult:
A fração em mol do solvente é 0,95, pode ser considerada 95%. Assim nas soluções A e B, a pressão de vapor da água é 95% da pressão de vapor da água pura.
2. AUMENTO DA TEMPERATURA DE EBULIÇÃO
Ao adicionarmos um soluto não-eletrólito e não-volátil a um solvente puro, observamos que sua temperatura de início de ebulição aumenta. Efeito ebulioscópico.
Iguais quantidade (mol) de diferentes solutos não-eletrólito e não-volátil, dissolvidos em uma mesma quantidade de solvente, causa igual aumento na temperatura em que inicia a ebulição desse solvente na solução.
Assim, em um frasco colocamos x quantidade de soluto e y quantidade de solvente, em outro frasco colocamos a mesma quantidade x de outro soluto e a mesma quantidade y do mesmo solvente, o impacto no ponto de ebulição será o mesmo, ou seja o aumento da temperatura de inicio de ebulição será o mesmo, isso ocorre porque o este aumento no ponto de ebulição depende da quantidade de soluto na solução e não da sua natureza.
A presença do soluto age como dificultando a vaporização do solvente aumento assim seu ponto de ebulição, como aumenta o ponto de ebulição, o que diminui sua pressão de vapor.
Quanto mais concentrada a solução, maior será a temperatura de ebulição.
3. ABAIXAMENTO DA TEMPERATURA DE CONGELAMENTO
Ao adicionarmos um soluto não-eletrólito e não-volátil a um solvente puro, observamos que sua temperatura de congelamento diminui. Efeito crioscópico
Iguais quantidade (mol) de diferentes solutos não-eletrólito e não-volátil, dissolvidos em uma mesma quantidade de solvente, causa igual abaixamento na temperatura em que inicia o congelamento desse solvente na solução. Dependendo assim da quantidade de soluto e não da sua natureza.
Quanto maior a concentração da solução menor é o seu ponto de congelamento.
Em países onde neva, é comum jogar sal na neve para derretê-la. O estudo das propriedades coligativas explica porque é jogado sal na neve, ao colocarmos sal na neve seu ponto de congelamento diminui, ou seja, a temperatura para que a água solidifique será menor que 0°C, derretendo assim a neve.
4. PRESSÃO OSMÓTICA
Exitem materiais naturais possuem como propriedade a possibilidade de permitir que certas substâncias o atravessem e outras substâncias não. Esses materiais são chamados de semipermeáveis.
A membrana que reverte as células , membrana celular, é um exemplo de membrana semipermeável, pois permite a entrada de moléculas pequenas tais como a água, mas impede a saída de moléculas maiores como proteínas, e outras moléculas vitais para o seu funcionamento.
Esse movimento de que ocorre nas membranas semipermeáveis é chamado de osmose.
Osmose |
O fluxo efetivo de solvente através de uma membrana permeável apenas ao solvente é denominado osmose. Esse fluxo ocorre espontaneamente do meio menos concentrado para o meio mais concentrado.
É possível impedir que a osmose aconteça. Isso é conseguido aplicando uma pressão externa sobre a solução.
Pressão Osmótica
Quando uma solução está separada da água pura por uma membrana permeável apenas a água, o valor exato da pressão que será aplicado sobre a solução para impedir que ocorra a osmose é denominada pressão osmótica da solução. Essa grandeza, é representada pela letra grega pi minuscula (𝝅).
Onde o R é a mesma constante que aparece na equação dos gases ideais (relembre a aqui)
Osmose Reversa
Quando a pressão aplicada em 𝝅 é menor que sua pressão osmótica (P < 𝝅 ), essa pressão não impede que a osmose ocorra, mas está ocorrerá de forma mais lenta.
Quando a pressão aplicada é igual a pressão osmótica (P = 𝝅), a osmose não ocorrerá.
Quando a pressão aplicada for maior que a pressão osmótica ( P > 𝝅), o fluxo de solvente ocorrerá no sentido oposto, ao espontâneo, ou seja, vai do mais concentrado para o menos concentrado. Esse fluxo é chamado de osmose reversa, e não é espontâneo. A osmose reversa tem importante aplicação na obtenção de água pura a partir da água do mar.
Fonte:
Bibliografia:
Química na abordagem do cotidiano, volume único/ Francisco Miragaia Peruzzo(Tito) Eduardo Leite do Canto (Canto) _ 2 ed. _ São Paulo: Moderna, 2002.
Universo da Química: ensino médio: volume único/José Carlos de Azambuja Bianchi, Carlos Henrique Albrecht, Daltamir Justino Maia - 1.ed. - São Paulo:FTD, 2005.
Química / Ricardo Feltre. -- 3. ed. -- São Paulo: Moderna, 1988. v. 2. Físico química.
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